Obesidade e redução de estômago


Nem sempre quem ingere mais alimentos possui o maior ganho de peso e não importa só a qualidade de comida ingerida, mas os horários em que isso é feito. De acordo com o cirurgião geral com experiência na realização de cirurgia bariátrica, Thiago Carneiro Machado, “o ganho de peso que gera a obesidade é uma das doenças mais graves do século XXI, provavelmente será o maior problema de saúde pública nos próximos 20 anos e é gerado principalmente por questões genéticas, comportamentais e tem relação com os horários da alimentação, por isso, é importante ingerir pequenas porções de três em três horas para manter uma taxa metabólica acelerada e facilitar a digestão”.

Thiago Carneiro - Cirurgião geral com experiência
na realização de cirurgia bariátrica
Como explicado pelo cirurgião, no período da manhã os hormônios circadianos que fazem com que a gente mantenha atividade física durante o dia e durma a noite são mais elevados, as taxas de cortisol maiores, portanto o metabolismo é mais eficiente, por isso, o café da manhã, o lanche do meio da manhã e o almoço são fundamentais, porém, algumas pessoas acabam comendo muito à noite, quando os hormônios do metabolismo estão baixos. E não são raras as refeições nas quais priorizam comidas prontas, que geralmente são carregadas de produtos químicos e calorias, então, não só a quantidade, mas a qualidade da comida também faz com que as pessoas engordem.

Machado ressalta, “a maioria dos pacientes que procuram redução de estômago são mulheres, em cada 10, oito que eu opero são mulheres, pois, elas têm preocupação maior com a saúde e claro com certo apelo estético devido às dificuldades que a obesidade causa na vida dessas pessoas que tem uma história que mostra que geralmente tinham peso normal aos vinte anos e ao casarem, acabaram relaxando com a alimentação e a atividade física. Durante da gravidez elas tendem a ganhar mais peso, nem sempre com acompanhamento profissional, fazendo com que engordem excessivamente e depois tenham dificuldade de emagrecer, além disso, a maternidade traz sedentarismo e deixa menos tempo para se exercitar, fazendo com que ganhem peso a cada filho, chegando a um grau de obesidade severo”.

Essas mulheres tentam fazer regime com acompanhamento médico, mas como o ganho de peso foi excessivo acabam não conseguindo, então a cirurgia torna-se uma alternativa eficaz, mas também provoca alterações na saúde da pessoa, que terá que fazer acompanhamentos periódicos com os profissionais que realizaram o procedimento e com o endocrinologista. É o caso da assistente Social Ana Cristina Dias de 47 anos que passou por uma cirurgia de redução de estômago há seis meses e já emagreceu 25 quilos, ela afirma, “a cirurgia foi o melhor método, pois sofria com diabetes, pressão alta, apneia do sono e gordura abdominal, todos relacionados com fatores hereditários. Tentei dietas e remédios, mas o peso voltava. Como tinha diabetes sempre tive uma alimentação balanceada, mas hoje a dieta é mais restrita, devido ao tamanho reduzido do estômago e pobre em gordura”.




Para quem a redução de estômago é indicada?


A redução de estômago só é indicada para pessoas com obesidade mórbida. Para saber se uma pessoa tem essa obesidade é preciso calcular o seu Índice de Massa Corporal (IMC), para isso, basta pegar o peso e dividir pelo quadrado da altura em metros. Nas pessoas com peso normal o número encontrado está entre 18 e 25, quando o cálculo do IMC resulta em um número de 25 até 30 a pessoa está com um sobrepeso e acima de 30 já se inicia obesidade. De 30 a 35 é obesidade grau 1, de 35 a 40 obesidade grau 2 e acima de 40 já é obesidade mórbida, grau 3.

A obesidade que indica o procedimento cirúrgico é aquela que vai do IMC 35 a 40, quando a pessoa já tem doenças graves relacionadas à obesidade como doenças relacionadas com o sistema osteomuscular, problemas de joelho, coluna, apneia do sono, problemas cardíacos, hipertensão arterial e principalmente diabetes, nesses casos a pessoa já tem indicação de operar se o IMC for acima de 35 e quando esse índice é acima de 40 a indicação já é a cirurgia independente da pessoa ter outros problemas de saúde relacionados à obesidade, basta já ter feito a avaliação com endocrinologista que vai atestar que a obesidade está relacionada somente com alimentação incorreta e que não existe problema glandular ou hormonal que justifique o ganho de peso.

Quando já foi realizado um acompanhamento com endocrinologista por pelo menos um ou dois anos tentando fazer um regime e não houve sucesso no tratamento, a cirurgia se torna uma boa alternativa para tratar a obesidade. Entre os critérios para se submeter ao procedimento estão não ter nenhum distúrbio psiquiátrico que contra-indique a intervenção, ter mais de 18 anos ou menos de 65, e um histórico de obesidade de longo prazo, pelo menos cinco anos. Para a pessoa saber se tem indicação ou não de fazer o procedimento, é preciso consultar um endocrinologista e um cirurgião especialista nessa área para saber se está enquadrada nos critérios de indicação para a cirurgia.

TEXTO POR FLÁVEA GOMES NO DIA 9 DE MARÇO DE 2013.

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