Bulimia: Quando se alimentar vira transtorno

O vomito auto-provocado é um dos sintomas desse distúrbio alimentar. 
Essa poderia ser a rotina de qualquer jovem – Acordar logo pela manhã para ir à escola; encontrar os amigos, conversar, paquerar e claro ESTUDAR; matemáticas, portugueses biologias e tudo mais. Os momentos mais esperados na escola são o intervalo, tempo para interagir e saber das “novidades” seguido pelo fim da aula, ir para casa e ALMOÇAR com a família para continuar o dia tranquilamente. Mas para algumas pessoas essa rotina normal se encerra a partir do almoço, pois o estresse diário se transforma em angústia e as refeições passam a ser divididas entre a mesa e o banheiro. O prazer de se alimentar bem ganha um concorrente, o impulso do vômito.

É essa a história de vários jovens e adultos pelo mundo que sofrem de BULIMIA, um transtorno alimentar desenvolvido na adolescência e que preocupa famílias e profissionais. A Bulimia Nervosa provoca diversos sintomas como a auto indução do vômito, jejuns prolongados, comportamento irritadiço, amarelamento dos dentes (contato constante com ácidos estomacais) e queda da autoestima.

A Bulimia ocorre com mais frequência em mulheres, mas atualmente já vem sendo observado o aumento na incidência também no sexo masculino. Segundo a clínica geral Ana Maria Rodrigues os motivos que levam a essa doença são de grande parte de cunho psicológico e são formados no ambiente social de cada pessoa – “Muitas vezes ocorre por disputas entre as meninas, de quem tem o corpo mais bonito, quando elas começam a comparar o corpo com o de artistas de TV. Mas pode acontecer também por pressão em casa.” - relata.

Além dos sintomas já apresentados, outra forma de manifesto da bulimia é a compulsão alimentar, ou seja, a pessoa passa muito tempo sem se alimentar e após esse período passa a comer indiscriminadamente. É o que mostra a estudante Dayane Assis, que enfrenta o transtorno desde seus 12 anos: “Eu nunca comia perto de alguém, quando comia já estava planejando aonde vomitar, quando vomitar. E quando a compulsão batia comia tudo que estava na geladeira e vomitava, até ter a certeza que não sobrou nada”.

A família tem papel decisivo na manifestação e diagnóstico dos pacientes. Por um lado pode ser a causa do próprio transtorno. Mas em grande parte dos casos é ela o porto seguro para tratamento e manutenção da pessoa bulímica. A ajuda dentro de casa é um dos principais e mais efetivos métodos de tratamento. Ana Maria Rodrigues ainda afirma que só o apoio dos pais e familiares permite que a doença seja tratada de modo eficaz, com a compreensão e apoio no tratamento, aliado principalmente ao acompanhamento psicológico.

Por ser uma doença de cunho psicológico muitas vezes o diagnóstico é tumultuado e o tratamento nem sempre é eficaz. A bulimia é difícil de diagnosticar pelo fato de muitas famílias não terem o tempo de convívio necessário, além de nem todas contarem com acompanhamento médico/psicológico. Na internet existem grupos de apoio e de troca de experiências, que contribuem também para um entendimento maior do transtorno. Consulte um médico regularmente e mantenha o hábito de conversa entre seus familiares. A aceitação da beleza diferente de cada pessoa é um dos principais fatores de melhora da bulimia. E como aconselha Dayane siga em paz com seu próprio corpo, respeite seus limites e se ame. É possível conciliar o seu padrão de beleza com sua saúde, porque é possível sim, ser magra e saudável.

TEXTO POR LAUZEMIR CARVALHO NO DIA 8 DE MARÇO DE 2013.

0 comentários:

Copyright © 2012 Nutração.