Anorexia: um problema de peso


Um dos sintomas da anorexia é a distorção de sua imagem
corporal, onde o doente se enxerga mais gordo do que
realmente é.
Uma notícia publicada no período de dezembro de 2012 e janeiro de 2013 tem chocado a população: uma mulher de 39 anos que sofre com os males da anorexia pede ajuda depois de chegar a pesar 25 quilos! Isso mesmo, apenas 25 quilos em uma mulher de quase quarenta anos. Sua mãe, emocionada com a repercussão mundial da situação de sua filha a definiu como um “walkingdead” – um zumbi (tradução livre), visto que seu corpo se transformou em pele e osso, quando comparado a fotos de sua infância e adolescência. A mulher cujo corpo se mostra desfigurado, Valeria Levitina, mora hoje no Principado de Mônaco e mede 1 metro e setenta e dois centímetros – 1,72 metros – distribuídos em míseros 25 quilos, como pode ser visto nesse vídeo com legendas em inglês.



Apesar do choque da matéria e da sensação incomoda de se observar um ser humano nessa situação caótica, esse tipo de problema é mais comum do que se espera. A prevalência de Anorexia Nervosa varia entre 2% e 5% em mulheres adolescentes e adultas, já a Bulimia Nervosa tem como variável 1% e 3% e a taxa de ocorrência em homens é aproximadamente um décimo daquela observada nas mulheres. Mesmo não sendo tão expressiva e estudada, vêm se observando o aumento do número de casos de pessoas do sexo masculino que são afetados por transtornos alimentares, e assim como na bulimia os casos ainda não tem tanta expressão, pois o número de mulheres que sofrem do TA`s – lê-se Transtornos alimentares – ainda beira os 90% de todos os casos registrados.

Mas afinal quais são os fatores que causam esse tipo de doença? Assim como na bulimia o que se observa são um conjunto de fatores de ordem psicológica e mental de cada pessoa doente. Enquanto umas manifestam os TA`s devido a traumas de infância, outras se vêm doentes por assédio na escola. Algumas mulheres se sentem deslocadas com a aparência de seu corpo e desenvolvem um sintoma peculiar, onde não se reconhecem pelo espelho, passam a ver seu corpo mais gordo que o normal, mesmo com o corpo em situação quase cadavérica. Esses fatores associados com a visão midiática de obrigação em ter um físico escultural transmite uma pressão que é aliviada com a interrupção brusca e completa dos hábitos alimentares, por isso o corpo esquelético.

Segundo o clinica geral Ana Maria Rodrigues os sintomas se misturam a um estado psicológico debilitado, que já necessitava de ajuda antes mesmo da manifestação anoréxica. Muitas vezes a fonte do problema está em casa mesmo. O que agrava também é que na adolescência as meninas passam a comparar o corpo com outros, seja das colegas ou os de atrizes na TV, e não se aceitam do jeito que são, o que desencadeia uma série de outros problemas de autoestima – disse Ana Maria.

Em seu blog o médico Dráuzio Varela também mostra outras causas da doença como o fator genético, em que estudos comprovam uma maior incidência da doença em famílias que apresentam casos de TA`s. Estudos comprovam que em casos de irmãos gêmeos, quando um dos irmão têm a doença a probabilidade de o outro também apresentar os sintomas da doença aumenta gradualmente. O médico também lista alguns sintomas da doença:

* Perda exagerada de peso em curto espaço de tempo sem nenhuma justificativa. Nos casos mais graves, o índice de massa corpórea chega a ser inferior a 17;


* Recusa em participar das refeições familiares. Os anoréxicos alegam que já comeram e que não estão mais com fome;



* Preocupação exagerada com o valor calórico dos alimentos. Esses pacientes chegam a ingerir apenas 200kcal por dia;



* Interrupção do ciclo menstrual (amenorreia) e regressão das características femininas;



* Atividade física intensa e exagerada;



* Depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-compulsivos;



* Visão distorcida do próprio corpo. Apesar de extremamente magras, essas pessoas julgam-se com excesso de peso;



* Pele extremamente seca e coberta por lanugo (pelos parecidos com a barba de milho).

Assim como em outros transtornos, a família é fundamental tanto no diagnóstico quanto no tratamento dos doentes. Assim como disse Valeria Levitina a doença pode começar com uma seleção daquilo que se come. Isso se transforma em obsessão e o doente passa a não se alimentar perto de outras pessoas. Muitas vezes o primeiro contato visual da família com a doença se dá nesse momento, em que a pessoa para de se reunir para fazer as refeições, com medo da crítica familiar. Quando isso acontece, o ideal é o apoio familiar, com conselhos e acompanhamento médico e psicológico.

O tratamento ainda não conta com muitos tipos de medicação específica. Ainda se trata esses tipos de transtorno com acompanhamento profissional e como mostra a psicóloga Flávia Scavone no blog da nutricionista Alessandra Coelho o tratamento nutricional prima por:


Auxiliar o paciente a entender os efeitos das restrições alimentares
Mostrar que há como reduzir o peso com saúde
Restabelecer o peso saudável
Amenizar as deficiências protéico-calóricas
Auxiliar o paciente na relação com os alimentos


TEXTO POR LAUZEMIR CARVALHO NO DIA 12 DE MARÇO DE 2013.

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